sábado, 6 de setembro de 2008

Ne Me Quitte Pas, Belgique!

Hoje eu resolvi tirar a teia de aranha do blog e resolvi postar sobre um país que sempre me fascinou: a Bélgica. Para mostrar a vocês o porquê que eu gosto tanto da Bélgica, usarei uma reportagem da Folha de São Paulo ( http://www1.folha.uol.com.br/folha/turismo/noticias/ult338u5392.shtml).


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A Bélgica é injustamente um dos patinhos feios do turismo europeu. O país, amistoso e belíssimo, é raramente incluído nos roteiros que buscam o que ele tem de sobra: monumentos históricos, passeios, gastronomia e entretenimento de qualidade.


-Quanto ao turismo:


A história belga está associada à da Holanda, da qual se separou em 1830, e a tudo o que se passou em termos políticos, como a dominação espanhola, francesa ou austríaca nos Países Baixos.É antes de mais nada uma região européia em que o acúmulo de riquezas por séculos seguidos permitiu investir maciçamente na arquitetura e nas artes.Cidades como Bruges, Bruxelas, Liège, Gent, Namur ou Antuérpia têm centros históricos com forte concentração de igrejas e prédios do período gótico. Em Bruxelas, a capital, há 14 museus, com algumas coleções incríveis.


Em Bruxelas, o turista saberá de imediato que está na capital administrativa da União Européia. Um décimo da população trabalha direta ou indiretamente para o Conselho, para o Parlamento ou para os lobbies regionais. O mais belo em termos de instalações é o dos alemães da Baviera.


-Quanto à culinária:


Uma visão anedótica associa o belga apenas à batata frita. A batata veio do Peru, pela mão dos espanhóis. Mas foi por influência dos reis da França que ela se popularizou.Os bastões de batata frita são mergulhados duas vezes na gordura incandescente, a temperaturas diferentes e idealmente esfriados entre as duas operações. É isso que dá à batata frita na Bélgica um contraste entre o interior molinho e a crosta enrijecida.


A Bélgica, ao lado da Alemanha, da Dinamarca e da República Tcheca, é também o país da cerveja. Seus habitantes adultos bebem em média 150 litros por ano. Há 50 mil pontos de venda da bebida --um para cada 200 habitantes.


-Quanto ao chocolate:


O chocolate era desconhecido dos europeus até o descobrimento da América. É um produto asteca. Foi trazido do México para o velho continente pelos espanhóis.


Mas só bem depois dos descobrimentos é que os belgas esboçaram o trajeto que os levaria a ser um dos grandes países "chocolatiers" da Europa. Um brevê de 1667 permite que um belga de Bruxelas produza chocolate.


Em 1846 a atual capital belga possuía cinco moinhos de cacau. Duas décadas depois, dois fabricantes já faziam chocolate com máquinas a vapor.


Em 1912 os belgas criaram um ovo de Colombo gastronômico e se especializaram na produção das pralinas, de início amêndoas confeitadas que se tornaram um chocolatinho tenro e recheado. A colonização do Congo criou uma fonte de fornecimento estável de matéria-prima.


Talvez não seja leviano dizer que nunca nasceu um cacaueiro em toda a Bélgica. O país se esmera no processamento do chocolate, e não na produção da matéria-prima. "Eles se especializaram no refinamento e na arte da chocolateria, produzindo bombons e doces. O cacau vem da América, da Ásia ou da África", explica o chef pâtissier francês Fabrice Lenud.


Cada belga consome em média 7 kg de chocolate por ano. Mas a produção é sobretudo exportada. Há marcas conhecidíssimas, como a Newhaus (1857), a Côte d'Or (1870) ou a Godiva (1920).São ao todo 150 empresas, em geral pequenas e médias, que empregam 11,5 mil pessoas e faturam anualmente 2,2 bilhões de euros. "O país é do tamanho da ilha de Marajó e é o maior produtor de chocolate do mundo. Boa parte de sua economia está baseada nisso", completa Lenud.


O setor optou pela qualidade quando há cinco anos uma norma da União Européia facultou o uso de seis tipos de gordura que não fossem a de cacau. A Bélgica não queria perder para a Suíça e para a França o mercado de chocolates finos. Foi por isso que o cacau continuou a ser empregado pelas mais conhecidas empresas como fonte exclusiva de gordura. O uso apenas de manteiga de cacau, em vez de gorduras vegetais, é uma das características que garantem ao chocolate o atestado de qualidade e pureza.


Além disso tudo, há quatro museus do chocolate na Bélgica. O de mais fácil acesso se encontra em Bruxelas, num dos prédios históricos da conhecida Grand Place. O espaço reconta a história do alimento, com fotos e objetos, além de uma pequena oficina, que mostra todas as etapas da produção artesanal.


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Sistema político: Monarquia Constitucional
Capital: Bruxelas
Superfície: 30 158 km²
População: 10.5 milhões de habitantes
Moeda: euro
Línguas oficiais do país: Francês, Neerlandês, Alemão.


A Bélgica é um Estado Federal dividido em três regiões: a Flandres neerlandófona, a Norte, a Valónia francófona, a Sul, e Bruxelas, capital bilingue, onde o francês e o neerlandês partilham entre si o estatuto de línguas oficiais. A leste, existe ainda uma pequena comunidade germanófona com cerca de 70 000 habitantes.


A paisagem belga é muito variada: 67 quilómetros de costa marítima e de planícies na costa do Mar do Norte, colinas na parte central e florestas nas terras altas da região das Ardenas, a sudeste.


Bruxelas é sede de várias organizações internacionais, tais como a maioria das instituições europeias e a NATO.


Entre os belgas mais conhecidos contam-se Georges Rémi (Hergé), o criador de Tintim, os escritores Georges Simenon e Hugo Claus, o compositor e cantor Jacques Brel e o ciclista Eddy Merckx. Os pintores James Ensor, Paul Delvaux e René Magritte são os modernos sucessores de Rubens e de outros mestres flamengos do passado.


O prato favorito dos belgas são os mexilhões com batatas fritas, as quais, de acordo com a lenda, seriam uma invenção belga.


Curiosidade:


O cantor e compositor da famosa música Ne Me Quitte Pas, Jacques Brel, é belga.

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